quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ao perto o mar

Visto o fato que tenho para casamentos, ando por estes caminhos de Matosinhos, pelo bairro velho, pela rua Brito Capelo.  Vou em direção ao mar, ao encontro das águas de sal.  Quando lá chego, vejo ao perto o mar.  Ao ouvido, soam os ecos dos Madredeus... sem querer deixo-me ali ficar.  Vou mais além e toco nas ondas que insistem em apagar as pegadas na areia.  Sinto um futuro maior a começar.

terça-feira, 29 de abril de 2008

O quadro em quartos de esperança

Tenho no meu escritório um quadro dividido em quatro partes.  Em cada uma delas coloquei a menina e em duas delas coloquei o pai a acompanhá-la.  Das duas em que a menina está só,  numa aparece em grande, com o olhar meio triste e o rosto inclinado e na outra, de costas,  aponta para uma outra foto dela própria, exibida num écrã de cristais líquidos.  Cheguei a tirar uma foto desta foto e enviá-la pois este é meu quadro em quartos de esperança.

Tarde

É tarde recriar o Mundo?  Agora que passo a gravar rascunhos das possibilidades de escrita, o Mundo que gira chora, a terra em areia, o ar em monóxido de carbono, a água parada, o fogo que se apaga.  Porque possibilidades tornam-se rascunhos, se o coração que chora com o Mundo precisa da água salgada a lavar a cara?  Temo pelo futuro, não o meu, que já transmiti a semente, mas o da menina.  Ela viverá o Mundo que chora.  Será tarde para limpar a lágrima?  Não pode ser, e se o é, que renasça, mais forte, mais humano, menos egocéntrico, menos depressivo.

Uma vida e a vida enquanto uma criança

Na caixa perdida da arrecadação, onde guardei a inocência que julgava poder usar um dia, encontrei uma pequena semente. Resolvi dar a semente para a menina, aproveitando para ensiná-la porque a terra, a água, o sol e o ar eram tão importantes para o crescimento daquela possibilidade que cabia na pequena mão que então a segurava. A menina sorriu ao olhar para mim, e nos lábios viam-se a inocência perspicaz que havia outrora guadado na caixa. Naquele momento percebi que a vida estava ali transmitida, não a vida que se opõe à morte, meramente física, mas a vida que não se ensina, que não se ganha, que não se perde, a vida que apenas se vive, como pode, de acordo com quatro elementos que nos sustentam. Queria sorrir assim, mas apenas saiu-me um sorriso de concordância. De qualquer forma, ela parecia satisfeita, como também o ficaria se lhe tivesse dado a própria caixa, ou laço que a atava, ou o pequeno grão de areia que estava no fundo. A vida enquanto uma criança não precisa de motivos, calendários, tempo ou espaço para simplesmente viver. É do que julgava guardado e esquecido que recuperei apenas a semente que transmito. Mas será uma possibilidade tão infinita um apenas? Não. Aquilo que deixa de viver lança a semente prévia e renasce, mesmo que no coração de uma vida enquanto criança, mesmo que na vida de um coração que se quer sempre criança.

 

Este post também nasceu noutro blog e renasce aqui, como resposta à dor que uma morte enquanto criança pode causar a um coração que se quer sempre criança.

Sinto falta

Da sandes de presunto com o vinho verde da aldeia

Do sol de inverno à beira da janela, a olhar o campo de milho

De ver minha avó paterna com a foice a cortar a erva

De tocar a superfície congelada da água do tanque

Do céu estrelado da madrugada, sem poluição

Do sofá que ficou vago quando meu avô materno foi dormir

Do pão-de-ló húmido que como na Páscoa

Da lareira acesa e do fumo que cura os chouriços

Das tardes de piquenique na Senhora da Mó, da família reunida

Das pedras parideiras, da neve do inverno da Serra da Freita

Do banco que meu pai fez quando era criança

Das paredes de pedra da casa dos meus avós paternos

Do chão de madeira com buracos

Sinto falta

E cá divago no passado, perto e longe de Arouca.

Parece cocaína

Muitos temores nascem do cansaço e da solidão.  Já ando há semanas tentando decifrar Há tempos de Renato Russo! Uma música que não me canso de escutar, espelho do que sinto em palavras.  Há tempos em que temos temores e quando investigamos as causas, chegamos realmente ao cansaço e à solidão.  Como dizemos em bom português (de Portugal), "fazemos filmes".  Os sonhos vem, os sonhos vão. Os sonhos são filmes, temores transformados em histórias, quando nossa criatividade consegue trabalhar contra nós próprios, criando os próprios temores que nos atormentam.  Cansaço e solidão.  Parece mesmo cocaína.

Renato Russo, contém excertos (em itálico e negrigo) de Há Tempos, As Quatro Estações, Legião Urbana, Urbana Legio omnia vincit

sábado, 26 de abril de 2008

Descompasso e desperdício

Há tempos tive um sonho.  Sonhei que na vizinhança todos se falavam, todos sabiam como se ajudar, quando qualquer problema aparecia.  Sonhei que as crianças podiam brincar no quintal, no meio dos cravos que plantei, sonhei que os cravos tinham vida própria.

Sonhei.

Descompasso da vida, que nos traz realidades que o dia-a-dia teima em afirmar.  Desperdícios da vida, que esquecem a diversidade do pensamento, do mundo em que vivemos, do cachorro abandonado sem comida, da planta sem rega, da fome, da sede, do que ainda está por vir.  Há tempos tive um sonho, não me lembro, não me lembro.

 

Preciso de proteção e preciso proteger...

-Lá em casa tem um poço mas a água é muito limpa!

Renato Russo, contém excertos (em itálico e negrigo) de Há Tempos, As Quatro Estações, Legião Urbana, Urbana Legio omnia vincit

Sede de rede II ou 6 mil milhões de outros

E se pudessemos ouvir as histórias de todos que vivem neste planeta, pela boca de cada um deles?  É o que nos propõe 6 billion others, através de vídeos pré-editados para o site.  Acho que acabaria por apagar minha grande sede de rede...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Liberdade

Há tempos assim, em que tudo corre em grande.  Fomos descobridores, fundamos uma escola para navegantes, fizemos mais tarde uma revolução e restaram-nos os cravos no jardim.  Temos paz é certo, mas a calma com que o vento corre as pétalas dos cravos no quintal é um prenúncio de comodismo, de inércia, de espera.  Se ao menos esperássemos pelo Encoberto, mas acho que não temos motivos, continuamos à deriva de um objectivo, inconscientes da possibilidade, estátuas de cobre a escurecer.

Disseste que se tua voz tivesse força igual

à imensa dor que sentes

teu grito acordaria

não só a tua casa

mas a vizinhança inteira

Renato Russo, excerto de Há Tempos, As Quatro Estações, Legião Urbana

Nossa vizinhança é nossa legião urbana.  Que o 25 de Abril seja um verdadeiro grito e não apenas um cravo no quintal.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Apito da partida

Um dos sons que mais gosto de escutar enquanto trabalho é o do apito para a partida dos navios, no porto de Leixões.  Queria estar num cruzeiro, conhecer outros portos, novas gentes, viver em outros lugares, comer outras comidas, experimentar.  Entretanto, continuo no dia-a-dia que escolhi, compilando código e provando nos intervalos a sopa que cozinho em lume brando, à espera da pedra que lhe dê sabor.  Qualquer dia parto com o apito.

A cabeça da inconfidência

Conta a lenda que quando Tiradentes foi enforcado, o sino da igreja fez-se ouvir cinco vezes, mesmo que tal fosse proibido durante uma execução.  Apesar da lenda, o que mais me fascina é o fato de sua cabeça ter sido roubada e que nunca mais tenha aparecido.  Liberdade que se faz tarde, morte por um ideal, mártir:  Tiradentes teve a coragem que poucos têm, a de assumir a face de uma revolta, a vontade reprimida de um povo.  Mas sua cabeça foi roubada, e de que serve sua bandeira tornar-se bandeira de seu estado se o ideal é esquecido?  Não aplico diretamente ao Brasil, mas ao Mundo.  Ainda falta-nos aprender com o passado, construir sobre as pedras revoltas da guerra, saciar a fome ao invés de alimentarmos nossas futilidades, apagar a sede com a água da nossa banheira de hidromassagem.  Muita coisa, quase nada.  A cabeça desapareceu, as datas comemoram-se e o tempo permanece encoberto.

Esponja emocional

Ontem fui ver meus avós na aldeia.  Como uma esponja à procura de emoções, fico alegre com a alegria alheia, mas também fico triste quando vejo tristeza.  Ontem vi muita tristeza e alguma alegria.  Vi tristeza na solidão dos meus avós, na consciência do envelhecimento e desta mesma solidão.  Há solidão mesmo que entre as gentes. Também vi alegria, vi olhos a brilharem por verem a menina, como que a esperança da semente pudesse expressar-se pelo olhar.  Por vezes gostaria de ser mais duro, mas racional, mas a emoção sempre transborda, mesmo que nos posts de um blog.

Semente

Gosto de mexer na terra, sentir a humidade na mão e seu cheiro intenso.  Tenho cuidado com a semente que coloco na terra, rego-a todos os dias, protejo do vento, do sol, do calor e do frio.  Eu quero que a semente dê outras sementes.

O sol através da peneira

Por vezes vejo o sol através da peneira.  Os raios fortes que me ferem a vista parecem filtrados, mas a realidade permanece velada, dissonante, incompleta.  Atrás dos óculos escuros escondo meu olhar, um olhar perplexo, com fome de novas emoções, mas com sede de estabilidade.  Uma emoção atravessa o papel em tinta e o que fica, desenho da alma, só me diz o que não quero saber.  Não há respostas, apenas a consciência da perplexidade do olhar, do que não está esclarecido e que permanecerá assim, encoberto.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O encontro III ou A Ciência em Serralves

Cheguei há pouco da Fundação Serralves, onde estive presente na platéia de mais uma sessão de Portugal: Sim ou Não?. Neste dia dedicado à Ciência (à qual acrescento Tecnologia e a Inovação), não coloquei perguntas mas voltei com algumas respostas e uma surpresa. Apesar de não valorizar o que faz de um estudante alguém diferente de um ministro ou de um respeitado médico, vi na comunhão entre palavras de ambos os lados, platéia e palco, o factor humano que não perceberia nas páginas eletrónicas que "folheio" diáriamente no Público online, e que acaba por reforçar meu ponto de vista sobre o quanto somos iguais na "diferença de posições" que ocupamos na sociedade.
As respostas:

  • Publicamos mais artigos científicos, e grande parte por pessoas cada vez mais jovens
  • O Paternalismo acabou há muito e num ambiente de competividade internacional, cabe aos estudantes lutarem pela sua carreira, às empresas repensarem sua sustentabilidade e ao Estado gerir os recursos necessários ao dinamismo.

A surpresa:

  • Embora o equilíbrio de pesos estivesse mais entre palco e platéia, com a moderadora como balança, visto que ambos os convidados estavam em comum acordo recíproco nas suas intervenções, o alerta vermelho que se fez sentir com o forte vento nas folhas e galhos das árvores  não se ouviu lá dentro, mas sim demonstrações das consolidadadas raízes do conhecimento sobre a Ciência em Portugal.

A propósito... o jantar em Serralves foi bom, como toda boa comida o é antes de saciarmos esta diferente sede de rede.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

83

Pois é...  hoje farias 83 anos.  Sei que agora já gostas que te trate por tu, pois já não tens as correntes sociais que te impediam de aceitar tal intimidade.  Não és mais corpo presente, mas continuas entre nós, e porque não comemorar teu aniversário de nascimento?  Hoje vou jantar em Serralves e vou pensar em ti, nas coisas boas que nos transmitiste, nos desejos que ficaram por realizar, nos bisnetos que gostarias de ter visto.  Este será o meu aplauso.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Muita coisa e quase nada

Ainda não tenho uma resposta. Continuo a escutar, a canção acaba, a transição para a próxima começa, volto atrás, continuando este movimento repetido, automático, sem razão aparente.  Procuro na prevista mensagem, em fotografias do passado e do futuro possível, revisto a mente com rede de pesca, lanço-me ao rio, nado pelo avesso, desemboco no mar, sob o sol de Matosinhos e vejo muita coisa e quase nada é igual a ela e eu, mas nada é igual a ela e eu.

Cores concentradas

Há uma letra de Caetano Veloso, sob a voz de Marina Lima, que não me sai da cabeça há dias...

Há flores de cores concentradas
Ondas queimam rochas com seu sal
Vibrações do sol no pó da estrada
Muita coisa, quase nada
Cataclismas, carnaval

Há muitos planetas habitados
E o vazio da imensidão do céu
Bem e mal e boca e mel
E essa voz que Deus me deu
Mas nada é igual a ela e eu

(Caetano Veloso)

Quando chegar à casa tenho que colocar este CD, e possivelmente terei a resposta.

Humildade

Quanto mais leio, quanto mais escrevo, quanto mais vivo, quanto mais__________o que procuro claro está, é, será_______humildade.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Um outra escola

Na escola Escola Secundária Conde de Monsaraz, a história é outra.  Quando deixar uma viagem de finalistas para segundo plano é sinónimo não só de respeito mútuo, mas de verdadeiro espírito de equipa, só me cabe continuar a ter esperança em Portugal.

domingo, 13 de abril de 2008

O encontro II

Zé Carioca e Pato Donald no Rio de Janeiro...

envelhecer II

___________ficamos frágeis quando o "sino da vida" começa a tocar, como se tivéssemos alguma premonição de que nosso tempo está a se esgotar, e então, em desespero, começamos a resgatar as redes que criamos, puxando os fios para aproximar a "renda" e sentirmo-nos mais confortáveis.  a memória de tempos idos, torna-se presente e futuro; a memória do presente esvai-se.  que memória? __________perdemos a cada dia ou sentimos que estamos a perder.  no castelo que construimos, na redoma de vidro, no ínfimo espaço ao redor do nosso corpo, esperamos, sorrimos pelos nossos filhos, netos, bisnetos e continuamos a esperar.  a foto a preto e branco já é sépia, aceitamos mais a diferença e lembramos novamente o que já dissemos, repetimos, pois não há barreiras entre o pensamento e a fala, estamos livres, estamos isentos, à espera_________________________________________________

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Primavera na praia

06042008140

Neste princípio de primavera, o pai levou a pequena menina à praia. Ela brincou na areia, fazendo os grãos de areia escoar entre seus pequenos dedos, sorrindo feliz. Acho que primavera é como ver uma criança a sorrir.

Este post nasceu num comentário meu para um outro blog, e renasce aqui.

domingo, 6 de abril de 2008

Um fim de semana especial

Ontem foram de comboio a Esmoriz. Alguns colegas de trabalho, que, fora destas horas também são amigos, combinaram lá um churrasco. Mas primeiro, houve mais uma viagem de Metro...

A cada estação a menina perguntava:

- O que que ela disse?

- Destino Estádio do Dragão - respondia o pai. Ela sabe o que a senhora diz no metro, mas gosta que o pai repita e então sorri.

Em Campanhã tomam o comboio urbano para Esmoriz, saem na estação e procuram pelo local do encontro. O que se passou depois foi só divertimento, um fim de semana especial entre pai e filha.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O encontro

E se as estátuas de Drummond e Mário Quintana em Porto Alegre, Brasil  encontrassem com a de Fernando Pessoa no Chiado, em Lisboa, Portugal?  Ou mesmo só a de Drummond em Copacabana, Rio de Janeiro?

Até perdeste o livro, Quintana, até perdeste os óculos Drummond, até perdeste o brilho, Pessoa, mas fica a mestria, a arte da letra, a palavra mais forte que a vida, o encontro de línguas, mas que um acordo ortográfico, mais que um filho de emigrante em Portugal, meio brasileiro, meio português, mais que pátrias, mátrias ou fátrias, apenas poesia, apenas encontro. Até, inté.

(entrentanto muitos, viajantes, turistas, curiosos, moradores, videntes e até nós sentamos do vosso lado)

Duro mundo, Drummond

Olá Drummond,

Desculpa-me tratar-te por tu, mas acho que o que tu fazes não tem idade. Sou um aprendiz digital a um aprendiz analógico e tu és o mestre, O mestre. Faço das minhas tuas possíveis palavras, apenas, como se fosse possível...

Quando morreste já eu era nascido, meus pais pensavam no futuro, como qualquer emigrante.

Hoje meus pais pensam no presente, como qualquer um é, ou como qualquer um que não é, mas é onde não deve ou quer ser, mas acaba por ser.

Ou como alguém que quer ser mas não consegue e viaja e descobre que pode ser o que nunca foi onde nunca pode ser o que queria ser? Será que é difícil compreender? Não. Apenas poetas percebem que o mais comum, o mais banal, o mais corriqueiro, o mais real, o mais humano, o mais simples, o mais pequeno ponto, é pura poesia, é o silêncio do fado de Portugal, é o silêncio do cantar o hino do Brasil, é o universal, é tudo, é nada. és tu, sou eu, é a árvore da rua, o baobá de além mar, a floresta de araucária, folhas caducas, outono, inverno, primavera e verão. duro mundo, mas sempre drummond.

Stop

A vida parou?

Não,

foi só o sistema operativo...

basta fazer o restart

Agora, em português

Por favor, acreditem, por mais que vos pareça piegas, brega, fora de moda, falso, hipócrita, ou outro sentimento imediato.

Amar é muito importante.

É mais que um laço de sangue, é mais que uma sede de rede

É mais que tudo,

e quando "o mito é o nada que é tudo", o que nos resta?

resta-nos o que somos de novo, o mais que somamos ao mundo.

não o mundo planeta, banal corpo celeste de um sistema solar,

algo

algo mais,

nós e eu, eu em nós, nós no eu, eu enquanto nós, nós por eu, eu por nós, e todas as combinações que nós e eu consiguirmos imaginar.

Sejamos optimistas sem modéstias,

viva a vida em poesia,

a verdadeira,

fazer amor com vontade,

sem preço, sem discórdia, sem interesse.

vive! salta! morde! corre! acorda! percorre! renasce!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

60 anos de trabalho

Adelino, sessenta anos.  Trabalha todo o dia, lavra a terra, planta a semente.  Adelino ontem não conseguiu trabalhar, seu trator pregou-lhe uma peça.  Esteve só, à espera de alguém passar para pedir ajuda, mas ninguém parou.  Apoioado em numa estaca de madeira, foi se arrastando de estrada em estrada, e a resposta sempre a mesma, os carros a distanciarem-se ao fundo.  Até que um conhecido reconheceu-o, parou o carro e levou-o ao hospital.  Agora Adelino, internado, só pensa em voltar ao trabalho.  E diz às câmaras da TV que não há outro remédio, pois a vida continua, e temos sempre que voltar ao trabalho.  Adelino lembra meu pai.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

"So it is

like you said it should be".  You should listen Damien Rice songs, it makes you feel good.  "I can't take my mind off you... my mind... my mind...till I find somebody new".

terça-feira, 1 de abril de 2008

A mentira

O Mundo parou para te ver passar, 7 mares e 7 terras renderam-se a ti.  Teu corpo abriga mais de 700 milhões, tuas palavras moveram outros 100.  Teu nome ecou nos 4 cantos, teu futuro é discutido pelos 27.  Em ti, Europa, só vejo uma mentira: como consegues parecer singular se somos plural?